INTRODUÇÃO À CITOLOGIA

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OS ORGANISMOS VIVOS 

 

Estima-se que existam 8,7 milhões de espécies diferentes de  organismos vivos, sendo o Brasil o território de maior biodiversidade.  Em nosso país, é encontrada cerca de 20% de toda essa variedade,  sendo parte significativa composta de organismos endêmicos. 

 

Assim sendo, se levarmos em consideração a quantidade de  características distintivas, faz-se necessária uma classi  cação que os  distinga e enquadre em grupos taxonômicos particulares. Isso inclui  características morfológicas, reprodutivas, embrionárias, genéticas  e citológicas, por exemplo. Dentre estas últimas, a complexidade  celular é relevante por se tratar de uma característica evolutiva muito  primitiva, sendo os modelos celulares separados, assim, em dois  grupos: células procarióticas e eucarióticas. 

 

CÉLULAS PROCARIÓTICAS 

 

As células procarióticas, representadas por bactérias e  cianobactérias, apresentam estrutura mais simples. Dentre seus  componentes destacam-se a membrana citoplasmática, citoplasma, ribossomos e material genético composto por um cromossomo circular localizado em uma região conhecida como nucleoide. Além disso, o  Reino Monera, no qual se encontram os representantes citados, pode  apresentar parede celular, cápsula, plasmídios e mesossomo (  gura 1). 

 

 

Observação 

 

O mesossomo, originalmente incluído como estrutura presente nos  procariontes e relacionado à produção energética, já não costuma  ser visto como uma representação   dedigna. Ao que tudo indica, a  sua presença visível em análises por microscopia óptica decorre de  uma falha no processamento do material biológico.

 

CÉLULAS EUCARIÓTICAS 

 

Células eucarióticas, por outro lado, são mais complexas e  apresentam invaginações membranosas em seu citoplasma. Apesar de  serem subdivididas em células animais e vegetais, é pré-requisito que  estas possuam seu material genético composto por cromossomos lineares localizados em uma região bem de  nida, conhecida como núcleo. Vale  ressaltar, ainda, que um núcleo organizado é facilmente reconhecível por  ser delimitado por uma membrana, a carioteca (tabela 1).

PROCARIÓTICA  EUCARIÓTICA
Membrana Plasmática  Sim  Sim
Material Genético  Sim  Sim
Núcleo Delimitado  Não  Sim
Ribossomos  Sim  Sim
Membranas Internas  Não  Sim

Tabela 1 

 

Ao analisarmos o citoplasma de uma célula eucariótica animal ao  microscópio eletrônico, notaremos a presença, além do núcleo, de  ribossomos, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, mitocôndrias,  lisossomos, centríolos e citoesqueleto. Células eucarióticas vegetais,  por outro lado, ainda que não possuam centríolos, têm como  diferenciais os cloroplastos, o vacúolo de suco celular (vacúolo central  ou vacúolo vegetal) e a parede celular celulósica ( figuras 2 e 3).

 

 

Observação 

É comum encontrarmos informações referentes à ausência de  lisossomos em vegetais, tendo em vista que tal organela funciona  como protagonista na digestão intracelular. Ainda assim, muitos  pesquisadores o incluem como uma estrutura presente no Reino  Plantae, mesmo que apresente pequenas modificações quanto à  sua função.

 

MEMBRANA CITOPLASMÁTICA 

 

Todo organismo precisa se separar do meio em que vive através  de uma composição interna diferenciada – enquanto o organismo e o  meio possuírem a mesma constituição não há individualização. Assim,  todos os organismos vivos apresentam como estrutura circundante  um envoltório, a membrana citoplasmática (membrana plasmática ou  membrana celular).  

 

COMPOSIÇÃO QUÍMICA 

 

A análise da membrana citoplasmática revela uma composição  mista. A predominância de fosfolipídeos dispostos em duas camadas  revela a sua capacidade de interagir com a grande quantidade de  água existente internamente (meio intracelular) e externamente  (meio extracelular). Em meio a essa bicamada de fosfolipídeos, as  proteínas possibilitam a aderência entre células, a receptividade a  mensageiros químicos e o transporte de substâncias grandes ou  eletricamente carregadas. Por fim, a associação entre carboidratos e  proteínas (glicoproteínas) voltados à face externa permite a formação  do glicálice (glicalix) que se relaciona ao reconhecimento de outras  células e outros organismos (  figura 4). 

 

 

 

Tal constituição variada revelou a instabilidade de seus  componentes que permanecem em constante movimento. Por isso,  além da referência à bicamada de fosfolipídeos, também é comum  que nos re  ramos à membrana plasmática como um mosaico  fluido  capaz de controlar a entrada e a saída de substâncias de uma célula  através de sua principal propriedade, a permeabilidade seletiva.

 

TRANSPORTES ATRAVÉS DA MEMBRANA  CITOPLASMÁTICA

 

O   uxo de íons e moléculas do meio intracelular para o meio  extracelular e vice-versa depende de suas relações com os componentes  químicos da membrana. De uma forma geral, o que notamos é que  qualquer transporte que envolva tal estrutura decorre da necessidade  de manter a estabilidade   siológica da célula.  

 

De acordo com as características específicas do transporte, o  classificaremos em um dos três grupos a seguir: 

 

I – TRANSPORTE PASSIVO 

II – TRANSPORTE ATIVO 

III – TRANSPORTE EM MASSA

 

TRANSPORTE PASSIVO 

 

Em geral, a concentração das soluções intra e extracelular,  dada pela relação entre a massa de soluto e o volume de solvente  (Concentração = Massa de soluto/Volume de solvente), mantém-se  igual de forma passiva, ou seja, sem que a célula despenda energia  neste processo. Assim, transportes como osmose e difusão, ocorrem  a favor do gradiente de concentração e tendem a tornar dois meios  isotônicos. 

 

Observação 

Isotonia refere-se a concentrações iguais entre dois meios, por  exemplo, meios intra e extracelular. Por outro lado, quando  tais concentrações apresentam valores diferentes, observamos  um meio hipertônico (maior concentração) e outro hipotônico  (menor concentração). 

 

A osmose ocorre quando o solvente, em geral a água, migra de  um meio hipotônico para outro hipertônico de forma a igualar suas  concentrações. Tal fenômeno é de extrema importância quando células  são submetidas a ambientes muito diferentes, como uma ameba que,  vivendo em água doce, tem seu ambiente intracelular constantemente  hipertônico e obrigado a absorver água. De outra forma, podemos  imaginar uma folha de alface que seja submetida a tempero rico em  sais. Nessa situação, por apresentar o meio intracelular hipotônico,  as células deste órgão vegetal perderão água, reduzindo seu volume  interno (  figura 5). 

 

 

 

Quando o transporte iguala as concentrações dos meios  envolvendo o soluto, ao invés do solvente, falamos em difusão simples  ou facilitada. A primeira envolve moléculas pequenas e sem carga que  conseguem passar através da bicamada de fosfolipídeos, sendo muito  comum para gases respiratórios, como gás carbônico (CO2) e gás  oxigênio (O2). No segundo caso, moléculas grandes ou que apresentem  carga, deverão passar através de canais presentes na membrana que  são formados por proteínas transportadoras. A difusão facilitada é  comum para substâncias como açúcares e aminoácidos (  figura 6).

 

 

Observação 

A difusão, seja ela simples ou facilitada, iguala as concentrações  de dois meios ao se basear no transporte do soluto do meio  hipertônico em direção ao meio hipotônico.

 

TRANSPORTE ATIVO 

 

Em certos processos, como na transmissão de impulsos nervosos,  na fecundação ou na contração cardíaca, o organismo depende  de concentrações diferenciadas entre o meio intracelular e o meio  extracelular. É importante, nesses casos, que o meio externo à célula  se apresente hipertônico e o meio interno se apresente hipotônico (em  alguns casos ocorrendo o contrário). Para isso, a célula investe energia  resultante de suas reações químicas para realizar um transporte contra  o gradiente de concentração. 

 

O principal exemplo desta categoria é a bomba de sódio e  potássio. Neste fenômeno, uma proteína media o transporte de  íons de sódio (Na+) em direção ao lado externo da célula, enquanto,  sequencialmente, ocorre o transporte de íons de potássio (K+) para  o lado interno. Com o consumo de ATP (molécula energética da  célula), a cada dois K+ bombeados para dentro da célula, três Na+ são  direcionados ao meio oposto. Assim, ao final do processo, o meio  extracelular encontra-se hipertônico e o meio intracelular encontra-se  hipotônico (  figura 7).

 

 

 

TRANSPORTE EM MASSA 

 

Muitas células de defesa do sistema imune ou mesmo organismos  formados por uma única célula (unicelulares) dependem da sua  capacidade de englobar grandes quantidades de material de uma  só vez. Este processo, que também envolve consumo energético,  é categorizado de acordo com o direcionamento da substância em  questão. Assim, sua classi  cação os separa em: 

 

  • ENDOCITOSE: o material é transportado do meio extracelular  ao meio intracelular. 
  • EXOCITOSE: o material é transportado do meio intracelular ao  meio extracelular. 

 

No caso de grandes deformações na membrana citoplasmática,  que envolvem a captura de células menores ou fragmentos de células  no interior de vesículas ou vacúolos membranosos, falamos em  fagocitose. No entanto, se o objetivo for a apreensão de substâncias  dissolvidas no líquido extracelular, falamos em pinocitose.  

 

Após a digestão destes produtos, é comum que alguns resíduos  precisem ser externalizados, também através de vesículas ou vacúolos,  através da clasmocitose. Se, por outro lado, a externalização ocorre de  forma premeditada uma vez que a molécula em questão somente seja  ativa no meio extracelular, então falamos num processo de secreção  ( figura 8).

 

 

 

 

 

 

 

 

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